Capítulo I- Discriminação
Neste
capítulo, é citado sobre a importância de não enxergarmos os fenômenos através
do dualismo, cuja visão é própria de um ignorante. Fica claro que os fenômenos
observáveis são como um sonho projetado na mente, ou seja, de ordem interna,
diferente de um fenômeno externo que as pessoas costumam acreditar serem
verdadeiros ou dotados de uma natureza inerente. Cita, também, que esta
destreza propicia a realização do Dharmakaya, mantendo a distância dos sentidos
e da mente discriminativa. Um ignorante absorto, entregue ao surgimento
incessante dos fenômenos, entrega-se à discriminação, diferente dos sábios.
Capítulo
II- Falsas imaginações e o conhecimento das aparências
Buda
cita que o mundo objetivo nasce da própria mente, e as pessoas comuns as
consideram como uma realidade absoluta. Buda cita que há alguns estudantes
Brâmanes que afirmam que há uma substância externa associada às causas e
efeitos, assim como há niilistas que não considera qualquer continuidade dos
fenômenos, assim como do karma.
Diz
que ambos são como um jarro fragmentado ou uma semente queimada, que não podem
realizar a sua função original. Estas falhas partem das discriminações errôneas
do mundo objetivo. O Sutra afirma que as tentativas de vincular os fenômenos às
palavras não são consistentes, visto que as palavras são condicionadas, e esta
tentativa torna-se um apego. Cita, também, que o erro em si não tem uma
natureza e também não traz o apego. O erro, na verdade, inviabiliza a percepção
que os fenômenos são unos, proporcionando aos ignorantes uma visão dualista
destes mesmos fenômenos. Afirma que Nirvana
e Samsara existem em uma condição de
integração, ou seja, é impossível a análise de um dos dois sem a complementação
recíproca. Este capítulo é finalizado com a consideração de que a verdade só
pode ser percebida pela consciência profunda de quem a procura, e não através
das palavras ditas, de uma maneira até sedutora por quem quer que ouça.
Capítulo
III- O conhecimento correto e o conhecimento das relações
No
início deste capítulo, Buda diz a respeito sobre o “ser” e sobre o “não ser”.
Buda prega que cada indivíduo que considera uma destas vertentes mais
verdadeiras em relação à outra, afirma que a via preferida pode proporcionar a
emancipação, ou seja, sentencia que ambas não tem este poderio. Aqueles que
defendem a posição do “ser” acreditam que todas as causas devem “existir” e o
que não existe, não pode gerar as condições kármicas.
Os que defendem o “não ser” admitem a existência dos Três Venenos, negam os
elementos que desencadeiam a Ira, a Avareza e a Estupidez. O Sutra diz que é
melhor apreciar a existência da vida do que manter em mente a noção do vazio
partindo da especulação “ser e não ser”, pelo fato do mundo externo estar
condicionado a manifestação da mente. Quem percebe um fenômeno e se apegar como
algo que existiu e veio a cessar, causa no observador um grande sofrimento,
diferente da percepção que os fenômenos externos são manifestações da mente.
Buda diz que os filósofos chegam a se perder com as tentativas de destrincharem
o ser e não ser, e que estas movimentações tiram a tranquilidade de quem
procura o caminho. Neste capítulo é utilizado uma analogia para exemplificar
sete tipos de vazios para identificá-los com clareza. Buda menciona dois tipos
de apego que impedem a compreensão da verdade, entre eles o apego aos objetos e
o apego ao nome, em ambos os casos como se tivesses natureza própria. Para
finalizar é citado que uma concha, uma argila, um recipiente, uma roda ou
sementes ou quaisquer elementos são condições externas, enquanto a ignorância,
a discriminação, o apego, o hábito e o karma são condições internas, ou seja,
devem ser as preocupações para aqueles que buscam o caminho da iluminação.
Capítulo
IV- O Conhecimento Perfeito e o Conhecimento da Realidade
Buda
reitera a sistematização em abster de rótulos os fenômenos através da descrição
dos Cinco Dharmas, que são considerados: a aparência, o nome, a discriminação,
o conhecimento correto e a Realidade.
Quanto
a aparência, podemos dizer que é a conformação dos objetos externos em relação
aos sentidos. No contraste que cada elemento apresenta é surgido o nome de cada
um, que através destas associações pura e simples se forma intrinsecamente a
discriminação. Como os três primeiros elementos são vazios, aqueles que o
percebem passam a adquirir um
Conhecimento Correto. E como nenhum dos elementos anteriores pode ser
construído de forma que representa a realidade em si, inclusive os
conhecimentos corretos, no instante da desconstrução, têm o que foi proclamado
como o Verdadeiro Dharma que é a “Realidade”.
Como
uma forma de esclarecer a importância de não ser perpetuada as indagações do
ser e do não ser, Buda descreve uma “Mente Universal”, no sentido de um tronco
comum da vida, diminuindo a importância de se considerar o que não é surgido.
Buda
explana sobre os três conhecimentos:
-
Conhecimento das aparências, peculiar aos ignorantes e ingênuos, cujos
possuidores deste só enxergam o que é óbvio e aparente e não tem preocupações
com suas proposições e linguagem;
-
Conhecimento relativo, que se trata do conhecimento dos filósofos em que são
manifestados em forma de pensamentos organizados, que visam dirimir questões
existenciais, e que tem a capacidade de vislumbrar a importância e o valor das
coisas.
-
Conhecimento perfeito, que é peculiar aos Bodhisattvas, que compreendem que as
“coisas” são manifestações da mente, assim como compreendem a natureza do
vazio, também. Através deste conhecimento, livres de erros e falhas, aquele que
cultiva esta espécie de conhecimento se livra da dúvida especulativa e a
inteligência transcendental é consumada.
Capítulo
V- O Sistema Mental
O
Sutra cita que todos nos fenômenos podem ser descritos em duas categorias
distintas. As más emanações e as boas emanações. Toda a atividade espiritual
interna habita a categoria da boa não emanação. O que produz as más emanações é
o sistema mental através da discriminação. Toda tentativa de categorizar os
fenômenos são contaminados pela tentativa de discriminação da mente.
Há
três modelos de atividades de sistemas mentais:
-
Mentes sensoriais que respondem aos estímulos envoltos nos sentidos,
funcionando tal como um espelho que reflete os objetos (mente sensorial que
funciona enquanto permanecerem na sua natureza original);
-
Mente sensorial como produtora de efeito, produz projeções de acordo como as
sensações reagem a mente discriminativa, produzindo uma série de percepções
quanto apegos e aversões;
-
Mente sensorial como desenvolvimento tem a ver com a aproximação do indivíduo a
Mente Universal;
Há
três divisões da atividade mental:
-
O pensamento que funciona em relação ao apego: condicionam que os elementos
externos possuem uma substância própria;
-
O pensamento que funciona em relação a idéias gerais: Procura atribuir características
aos objetos, permitindo uma análise mais aprofundada sobre os respectivos
ciclos de vida.
-
Pensamento como função examinadora: a partir das idéias gerais, realiza uma
análise inteligente, à luz de um conhecimento pleno e utiliza este entendimento
para auto-realização. Buda diz sobre a importância de o indivíduo primar pela
Mente Universal em detrimento da mente discriminativa, pelo condicionamento que
causa sofrimento ao ignorante que não segue esta via. Buda cita que no instante
da inversão que os fenômenos externos são desprezíveis para alcançar a
iluminação e lugar mais íntimo da consciência é o que deve ser buscado.
Capítulo
VI- Inteligência Transcendental
Este
capítulo cita que auto-realização se encontra no lugar mais íntimo da
consciência. Para compreender este processo é preciso considerar: palavras,
significados, ensinamentos e a Sabedoria Nobre.
As
palavras, embora sejam meros símbolos, se forem utilizadas de uma forma
ordenada, são fundamentais para transmissão de um significado. Quem é preso
meramente as palavras é um palreador. Através dos significados é possível
produzir um agrupamento de idéias e realizar os ensinamentos e aquele que
procurar a verdade, encontrará uma orientação em meios aos ensinamentos para
alcançar a auto-realização. Apesar das palavras serem somente símbolos, somente
através dela é possível ordenar os conceitos para efetivar a transmissão do
Dharma. Os ignorantes e ingênuos confundem todo este encadeamento, dando vazão
as idéias e imaginações próprias, acarretando em um distanciamento da
realidade. Quando alguém busca o caminho do Dharma, perceberá a verdade,
destituída das alegorias apresentadas. Neste capítulo é isado um exemplo que
muitas vezes quando é apontado o dedo, é confundido com a direção que é apontada.
O dedo pode ser considerado tal como a palavra, e o dedo apontado como a
realidade última. Cita, também, que os significados são obtidos com muita
dedicação, e isso faz com que os investigadores da verdade reverentemente vão
até os sábios. Cita que há inúmeros falsos religiosos que pregam a mentira e
usam sua eloqüência para propagar doutrinas errôneas. Também é mencionado os
filósofos materialistas que atribuem o sentido da vida a fenômenos externos,
que ao percebe, a auto-realização como algo partindo do próprio interior.
Descreve que o Tathagata ensina que a perfeição não está relacionada com o
“Divino Atman, mas sim relacionado ao Dharmakaya, sendo este sim, o Nirvana em
si.
Capítulo
VII- Auto-realização
Este
capítulo inicia com a pregação de Buda, respondendo como é possível alcançar a
auto-realização. É citado quatro coisas que o discípulo sério deve seguir:
-
Compreensão que as coisas são manifestações da mente;
-
Deve descartar a noção do nascimento, permanência e desaparecimento;
-
Deverá entender o “não-eu” das coisas e das pessoas;
-
Ter a concepção correta do que constitui a verdadeira auto-realização.
No
primeiro aspecto, ele deve compreender que o mundo tríplice é um conjunto
complexo de manifestações mentais do próprio. O segundo deve estar convencido
que os fenômenos devem ser observados tal como um sonho, desamparada de uma
substância real. No tópico, subseqüente, perceber que a sua própria mente é
vazia. Por fim, na quarta, compreender que a auto-realização não tem
discriminação da mente, e parte do princípio de unidade que proporciona a sua
identidade. Buda diz que a única forma de alcançar a auto-realização é através
do Veículo-Único, e que não falou muito deste princípio, pois o mesmo não tem descrição.
Disse que ninguém a utiliza, a menos que os próprios Tathagatas. Quanto a
experiência e realização por si mesmo, o praticante deve procurar a meditação
da concentração (Dhyana). Através desta prática é possível eliminar as
discriminações da mente, e assim alcançar a auto-realização da Sabedoria Nobre.
Capítulo
VIII- A obtenção da Auto-Realização
Um
discípulo sério percorre dois caminhos para obter a auto-realização. O primeiro
é o estado do apego à auto-compreensão que resulta da sua discriminação e o seu
campo da consciência com o qual ele está relacionado, e o segundo, o estado
excelente e exaltado da auto compreensão da Sabedoria Nobre. No primeiro caso,
busca-se aniquilar os pensamentos que são corruptores de uma boa consciência,
para a altivez deste esforço poder proporcionar uma percepção receptiva ou
passiva do Samadhi até então, o discípulo não terá conseguido transpor o ciclo
de nascimento e morte. O Sutra diz que o discípulo deve evitar que as práticas
de meditação tenham objetivos de extinguir por completo as atividades mentais,
pois a mesma continuará a existir. Também cita para libertar-se da busca
obsessiva pelo Nirvana, como se o mesmo fosse uma parte externa da vida do
discípulo, que implica em falha, pois Samsara e Nirvana coexistem. O
funcionamento da mente ocorre de uma forma muito sutil e para o praticante
buscá-lo, deve permanecer longe de tumultos, excitações sociais e sonolência,
só desta maneira é possível atravessar o sofrimento. Para isso, ele deve
perceber a “não imagem”, capacidade dos Budas em salvar e beneficiar os seres
sencientes e auto realização perfeita da Sabedoria Nobre.
Buda
cita que há três fluxos mentais característicos:
-
As más emanações que surgem dos três venenos;
-
As más emanações que surgem através das ilusões da mente;
-
As boas não emanações que resultam da Sabedoria Nobre.
As
duas más emanações podem ser cessadas através de muito esforço do praticante,
porém a boa não emanação pode ser obtida instantaneamente.
Capítulo
IX- O fruto da Auto-Realização
Neste
capítulo, o sutra cita que há dois frutos a saber: discernimento da compreensão
da substância e significado das coisas e, depois em seguida, discernimento que
se abre na significação dos ideais espirituais.
O
sutra menciona os seis paramitas: generosidade, moralidade, paciênca, energia,
concentração e sabedoria.
A
partir do instante da obtenção, da iluminação, as paramitas são refletidas em
constância pelo discípulo. A prática destes princípios, demonstra a compreensão
absoluta que os fenômenos surgem na própria mente do discípulo. O sutra cita
que há três espécies de corpos transcendentais:
-
Quando o Bodhisattva alcança o gozo dos samadhis;
-
Aquele assumido pelo Tathagata, alcança e aperfeiçoa o não apego e o não
esforço;
-
Quando o Tathagata recebe a sua intuição ao Dharmakaya.
Quando
o indivíduo experimenta a “inversa” de perceber os fenômenos externos, como
manifestação de sua mente, torna-se apto a transcender sua mente consciente. É
desta forma que o praticante tem a possibilidade de alcançar o Dharmakaya e
acessar a “Mente Universal”, e usufruir o estágio que penetra o conhecimento de
todos os Budas.
O
sutra cita que há dois tipos de discípulos importantes: os Arhats e os
Bodhisattvas. Buda diz que os discípulos tolos, quando aderem a moralidade,
acredita que poderão obter algum benefício material ou espiritual por fazê-lo,
de uma forma mágica. Diferente dos três tios de discípulos, a saber: “os que
entram na corrente”, “os que retornam uma vez” e “os que nunca retornam”.
Os
que entram na corrente têm a capacidade e o discernimento de perceber a
moralidade não projeta nenhum ganho ao praticante, mas apresentam dificuldades
para perceber que a sua personalidade não é separada de um todo. Aqueles que
retornam uma vez demonstram progressos espirituais superiores a primeira
categoria, mas o apego obsessivo aos rituais atrapalha o alcance ao Nirvana do
discípulo. Buda diz que há quatro níveis de praticantes: discípulos, mestres,
os Arhats e os Bodhisattvas. Os discípulos tem boas intenções, mas tem
dificuldades em entender idéias pouco conhecidas. Os mestres são aqueles que
ganham um alto grau de compreensão, mas tem receio de levar os ensinamentos
adiante, por estar preocupado com as adversidades, Muitas vezes eles são
atraídos pelo status que a posição pode proporcionar. Os Arhats têm a
capacidade de perceber que a auto-realização, se dá pela Sabedoria Nobre
consumada na própria mente.
Capítulo XI- O Estado Bodhisattva
e as suas etapas
O sutra diz que fazem parte deste
“estado” aqueles que são esclarecidos por seus esforços e que assumem a tarefa
de ensinar aos outros. Os Bodhisattvas conseguem eliminar a visão dualista e
considerar os fenômenos vazios com a natureza igual a Maya, e ficam acomodados
no Conhecimento Perfeito conquistado com a Sabedoria Nobre.
O Bodhisattva possui compaixão e
segue os dez votos originais:
- Honrar e servir todos os Budas;
- Propagar o conhecimento e a
prática do Dharma;
- Dar as boas vindas a todos os
Budas vindouros;
- Praticar as Seis Paramitas;
- Persuadir todos os seres a
abraçar o Dharma;
- Alcançar uma compreensão
perfeita do Universo;
- Alcançar uma compreensão
perfeita da reciprocidade de sentimentos de todos os seres;
- Alcançar a auto-realização
perfeita da unidade de todos os Budas e Tathagatas da autp-natureza, objetos e
recursos;
- Familiarizar-se com todos os
meios e conhecimentos para implementar e executar esses votos, pela emancipação
de todos os votos;
- Concretizar a iluminação
suprema através da auto-realização perfeita da Sabedoria Nobre, ascendendo às
etapas e entrando no Estado Tathagata.
Buda diz que o discípulo que
segue estes votos, gradualmente alcança algo que é chamado de “sexta etapa”,
referente a uma condição mental que os discípulos, mestres e Arhats podem
alcançar. Pelo fato dos Bodhisattvas alcançarem níveis superiores de
auto-domínio, compreendendo que a vida é projetada como um drama aos seres
humanos, ele passa a superar e ascender a “sétima etapa”, chamada também de
Longa Caminhada (Durangama). A partir desta etapa o discípulo já tem acesso ao
Nirvana. A etapa adiante que o praticante pode alcançar é a oitava etapa que é
a do “não retorno” (Acala). Esta é a marcada de uma compreensão do tempo sem
início. Nesta fase, o praticante realiza a inversão no interior de sua
consciência profunda. A oitava etapa, diz respeito, também, a uma ruptura com a
vida comum associada com a morte do indivíduo, no sentido de sua
individualidade. No instante que transcende a próxima etapa, a nona, o
praticante adotará uma série de alegorias (meios hábeis) intuitivamente para
conduzir os demais seres sencientes a adentrarem no caminho da auto-realização
e estará na etapa da “Inteligência Transcendental”. Por fim a décima etapa, a
última, será a “morada” dos Budas, refletidos pela “não-imagem” em que só é
possível acessá-la através da solidão, ou seja, na própria mente. Ela é
descrita como “potência inefável do Dharmakaya”, em que não há nenhum limite e
é permeada por todo céu de Tushita.
Capítulo XII- O Estado Tathagata
que é a sabedoria nobre
Este capítulo, se inicia com a
pergunta de Mahamati, sobre se o Tathagata seria “não nascido”. Buda responde
que de fato não é nascido, e que existem muitas referências através de várias
denominações atribuídas a ele. Cita que a emanação de Buda, se dá através de um
“corpo feito pela mente” em que a “vontade búdica” é manifesta proporcionando a
emancipação. Este fenômeno esta além da compreensão dos que estão aquém aos
Bodhisattvas, da sétima etapa. Cita que muitas pessoas se entregam a textos canônicos,
acreditando que através deste ato pode ter acesso a verdade, proporcionando ao
devoto um efeito contrário ao preterido. Buda afirma que as tentativas de
detalhamento sobre a natureza dos Tathagatas pode proporcionar uma visão
dualística. Por não haver nenhum tipo de condicionamento, sua essência é a
própria Sabedoria Nobre. O Buda ensina que embora a vida física de um Buda seja
impermanente, a sua natureza que tangencia a Sabedoria Nobre é permanente.
Exatamente por não ser dotado de existência ou inexistência, não pode ser
atribuído a Buda, nenhum caráter de “criador”. Quando as paixões são extintas,
e os ensinamentos do Dharma são compreendidos, neste instante Buda é revelado
na consciência mais profunda do obstinado. O sutra cita também, sobre os três
corpos de Buda: o Buda Histórico, o Buda Mítico e o a Essência da iluminação
búdica. Finaliza citando que o Dharmakaya é o princípio pelo qual todas as
coisas são feitas, manifestadas e aperfeiçoadas, sem sinais de
individualização, independente das tentativas de racionalização e
nomenclaturas.
Capítulo XIII- O Nirvana
Neste capítulo é citado os quatro
tipos diferentes de Nirvana, utilizados pelas pessoas que estão sofrendo, pelos
filósofos que tentam descrevê-los, pela classe de discípulos que pensam no
Nirvana em relação a eles mesmos, e o Nirvana dos Budas.
O primeiro grupo acredita que o
Nirvana produza um efeito que alente à série de tormentas que o aflige, mas
esta visão proporciona uma análise que o Nirvana seja dissociada do Samsara, e
esta visão continua fomentando a visão de vida e morte nos fenômenos. O segundo
grupo, acredita que a extinção é o resultado do Nirvana. Pelo fato da
aniquilação surgir, o sofrimento é cessado, pois nenhuma sensação será
proporcionada. Mas esta definição não contempla a lógica, partindo do princípio
que a morte não interrompe o fim dos fenômenos, pois se trata de um evento de
cunho individual. O terceiro grupo, composta por integrantes que atingira, até
a “sexta etapa”, embora sejam compostas por pessoas de fé sincera, estes ainda
não tiveram a oportunidade de realizar “a inversão” para o lugar mais profundo
da consciência. E, por fim, o quarto grupo composto pelos Tathagatas é
constituído pela iluminação advinda da própria mente, em que todas as
discriminações, apegos e aversões são removidos, em que as paixões são
declinadas, por fim, quando há o desejo de que todos os seres sencientes sejam
contemplados pela iluminação.
Ótimo texto resumido maravilhoso, já vim muitas vezes ler, agradecido.
ResponderExcluirNo capítulo 8, há uma longa conversa entre o Buda e seu discípulo Mahamati, na qual o Buda fala da importância em não se comer carne, alho e cebolas:
ResponderExcluir"Novamente, Mahamati, pode haver pessoas loucas no futuro [...] que concluem que o Buda, de alguma maneira, permite que se coma carne e que isso é mencionado dentre os alimentos permitidos e que provavelmente o próprio Tathagata tenha tomado parte nisso. Mas, Mahamati, não há nenhum lugar nos sutras onde a alimentação de carne seja permitida como sendo algo aprazível, nem é referia como alimento apropriado ou prescrito para os seguidores do Buda. [...] neste sutra, todo tipo de consumo de alimentos com carne, de qualquer forma, de qualquer maneira e em qualquer lugar, é incondicionalmente e de uma vez por todas, proibido para todos. Assim, Mahamati, eu não permiti que ninguém comesse carne, não permito e jamais permitirei."