domingo, 27 de dezembro de 2015

Quem pode ser considerado um budista?



Nas últimas décadas, observamos uma aproximação maior da cultura oriental em nossa sociedade, através da culinária e disponibilidade de informações em diversas mídias, como a televisão e a internet, entretanto, percebe-se que o entendimento sobre as práticas budistas não são transmitidas de uma forma coerente. 

Quando se fala em budismo, as pessoas logo associam os respectivos religiosos, envolvidos com a recitação de algum mantra ou compenetrados na meditação. É bastante comum ver as pessoas enxergarem o budista como um "ser" artificialmente calmo, que não perde a calma facilmente, que não fala palavrão, que tem até um olhar alterado devido à um condicionamento que o transforma em uma "pessoa de outro mundo". Esta percepção não condiz com a realidade, e não encontra respaldo no corpo escriturístico da doutrina.

Embora seja desejável controlar as atitudes, os pensamentos e as palavras, não apenas no sentido religioso, mas principalmente no sentido social, não é o fato de falar palavrões ou aparentar ser bonzinho que vai ser demonstrado um praticante comprometido com a religião. As práticas da meditação e de recitações de mantras são, de fato, utilizadas em celebrações e rituais cotidianos, porém, não são condições essenciais para denominar, quem realiza os atos citados, como um autêntico budista.

Afinal, qual critério devemos utilizar para considerarmos uma pessoa seguidora do budismo?

Para obtermos esta resposta, temos que analisar dois itens essenciais:
  • O praticante budista deve acreditar nas "Três Jóias": Buda, Dharma e Sangha;
  • O praticante budista deve seguir os "Cinco Preceitos": Não matar, não roubar, não mentir, abster-se de conduta sexual imprópria e abster-se de substâncias inebriantes.
Se o seu amigo que se diz budista não zelar por estes dois itens, mesmo que tenha um olhar que "transmita paz" e fale de maneira forma "mansinha" não será considerado um budista tradicional.

Bom, o número de obrigações para uma pessoa atestar a sua conversão é pequeno, mas, isto não significa que seja fácil. Em especial, tomar efetivamente os preceitos é mais difícil do que imaginamos. Isto implica em mudança de hábitos como não comer carne (não matar), deixar de tomar cerveja (abster de substância inebriante) e outras atitudes tão comuns que deveriam ser evitadas intensivamente.

Partindo do princípio que a pior das crises que vivemos é a "crise moral", podemos dizer que a aplicação prática dos preceitos é uma alternativa de mudança interior, pois, ao evitar estas cinco más ações, a pessoa imbuída destes votos torna-se apta em não ampliar as causas do sofrimento, que são surgidas pelo descumprimento das mesmas. Este enfoque nos demonstra que as recitações e meditações existem para sustentar as práticas que visam à moralidade e sabedoria, e não têm significado em si mesmas. Aliás, para as recitações terem sentido e serem contextualizadas, é indispensável que sejam feitas no próprio idioma ou em uma língua que seja compreensível ao recitante. 

Desta maneira fica bastante claro, que a definição de um praticante budista é por conta de atitudes objetivas concretizadas através da vigilância de preceitos e pela busca aos refúgios sagrados (Três Joias), e não por comportamentos subjetivos e meras sensações de "boa vibe". 

Quem tiver interesse, acesse o site http://www.tiantai.org.br/pagina_1.php

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